Lucas é uma das maiores revelações do futebol brasileiro (Foto: Wagno Carmo) |
Esta semana foi marcada por um grande acontecimento
envolvendo um dos nomes mais promissores que surgiram no futebol brasileiro recentemente.
Por um valor recorde de R$108,3 milhões, o atacante Lucas foi vendido para o
tradicional – e agora rico – Paris Saint-Germain. A surpreendente negociação,
que você confere todos os detalhes no Jornalismo FC, gera várias discussões e opiniões.
Vale primeiro ressaltar como a transferência reafirmou as
categorias de base do São Paulo FC como uma das referências do país. O excelente
trabalho realizado em Cotia, onde o clube gastou R$19,3 milhões ano passado,
segundo informou Ricardo Perrone, em seu blog, tem valores significativos que
comprovam como a obsessão do presidente Juvenal Juvêncio tem sido uma fonte
rentável ao Morumbi, que só com as vendas de Breno, Hernanes, Lucas Piazon,
Oscar e agora Lucas arrecadou cerca de R$280 milhões, conforme avaliou o blogueiro Navarro
em sua página.
Coube a Lucas liderar os outros garotos no Morumbi (Foto: Dhavid Normando/Photocamera) |
Deixando agora os valores e o processo que levou à formação
de Lucas, falemos do atleta. Antes chamado de Marcelinho, por treinar na
escolinha do ídolo corintiano Marcelinho Carioca e ter uma leve semelhança com
o ex-jogador, o meia teve uma rápida identificação com o São Paulo e,
principalmente, com a torcida tricolor. Talvez o casamento foi tão rápido em
função do vazio e trauma deixados pela outra joia Oscar, que desvinculou-se do
clube e deixou muitos torcedores frustrados, magoados. História pra outro dia.
Comparações com Kaká foram inevitáveis, muito devido às
arrancadas de Lucas do meio de campo, quase sempre terminadas em gol e muita
comemoração. Humilde, profissional, moleque, humano. Como é de esperar de um
jovem atleta, oscilações, espetáculos e derrotas – ou melhor, aprendizados. Ao
lado de Neymar, esperança de um futuro mais alegre para o futebol pentacampeão
mundial.
Maior transferência do futebol brasileiro, Lucas foi destaque no site oficial do PSG; a torcida aprovou a contratação (Foto: Reprodução) |
Acredito que a ida ao Paris Saint-Germain foi ótima para
todos as partes envolvidas: clubes formador e interessado, jogador e seu empresário.
Trata-se de um time de bastante tradição do Velho Continente, cheio de glamour
e de vitórias; perfeito para Lucas. É verdade que há anos o time não tem tido
resultados significativos, mas após a venda do PSG para a Qatar Sports Investments, jogadores
como Thiago Silva, Pastore, Ibrahimovic e Lavezzi chegaram à capital francesa
por valores absurdos e um novo horizonte surgiu atrás da Torres de Paris.
Raí sempre procurou aconselhar e orientar a carreira de Lucas (Foto: Rubens Chiri/São Paulo FC) |
Um time não funciona de imediato, mesmo com uma injeção de
dinheiro com essa ou então nomes de respeito, mas é importante notar que houve
o investimento, e mais: há um homem que gerencia todo esse planejamento, e que,
diga-se de passagem, foi o responsável pela contratação de Lucas: o ex-jogador
do SPFC, Leonardo, atual diretor esportivo do PSG. Ele é o cabeça que
direcionará todos os milhões gastos pelo clube e o homem ideal para dar o
suporte necessário a Lucas.
Além do ex-atleta, há também uma legião verde-amarela em
Paris: além de Lucas, Thiago Silva, Nenê, Thiago Motta e Maxwell são os
compatriotas que dão um toque de samba no clube. Aliado a isso, ainda existe o
fato de o ídolo do SPFC e do PSG, Raí, facilitar a integração do camisa 7 do
Morumbi em vários âmbitos, principalmente da ligação com a torcida, ponto importantíssimo
para o início desse novo desafio.
O fato de Lucas, porém, apresentar-se ao seu mais novo time
apenas em janeiro do ano que vem tem pontos interessantes a serem destacados. Visando o lado do atleta, o ideal seria que já
iniciasse os trabalhos no PSG, mesmo que não fosse disputar os torneios, para
que se acostumasse aos treinamentos e diferenças do futebol francês, além de
começar a aprender e lidar com a língua local.
Já por parte do São Paulo, não há do que reclamar. O clube
permanecerá com um dos pilares até o fim do ano para a disputa do Campeonato
Brasileiro e da Copa Sul-Americana, algo imprescindível já que a diretoria não
teria como suprir sua ausência, seja por precisar ainda escolher e analisar
quem seria o substituto ideal ou então porque o mercado para o exterior está
fechado.
Mesmo só indo para Paris no começo do ano que vem, Lucas já pode começar a se despedir da torcida. Ou seria apenas um "Até logo"?(Foto: Dhavid Normando/Photocamera) |
Mas o fato de Lucas aceitar permanecer no Brasil é mais uma
prova do comprometimento e amor que o garoto tem pelo seu time, pensando no
coletivo ao invés do individual. Algo que a torcida não pode esquecer caso
títulos não sejam conquistados neste ano..
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