sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Ganso: A peça que faltava

Paulo Henrique Ganso: camisa 10 que vestirá a 8 (Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net)
Após muitas especulações e três “alarmes falsos”, finalmente o São Paulo anunciou a contratação do meio-campista Paulo Henrique Ganso. O interesse tricolor, que teve início pouco antes das Olimpíadas e tornou-se em uma novela mais importante até mesmo que a protagonizada por Tufão, Carminha, Nina e companhia, encerrou-se com o atleta assinando um contrato de cinco anos com o clube do Morumbi. E, diferentemente das novelas tradicionais, que os bonzinhos têm um final feliz e os vilões amargam pelo pior, essa acabou feliz para todas as partes.

A procura pelo tão sonhado camisa 10 iniciou-se quando Danilo, um dos grandes nomes das conquistas da Libertadores e do Mundial de 2005 pelo São Paulo, aceitou o desafio de disputar o futebol japonês.

Criticado por parecer às vezes estar dormindo dentro de campo, a ausência do meia só foi percebida pela torcida quando notou-se que, por exemplo, em 2008, o cara do meio de campo foi Hugo, atualmente no Sport de Recife. Depois de Danilo, a 10 passou por mãos não dignas da mística dessa camisa, como Souza, seja por falta de habilidade, e Hernanes, ou por não ter de fato um meia clássico no elenco.

A camisa 10 passou por vários meias, até mesmo por Adriano, centroavante de ofício
(Montagem: Luiz Queiroga)
A vinda de Ganso encerra com esse jejum no Morumbi e traz alívio para a torcida, dirigentes e até mesmo jogadores. Afirmo isso por estar diretamente ligado com a pressão que o atual dono da 10 está recebendo. Por R$9 milhões mais uma porcentagem do volante Wellington, Jadson chegou no São Paulo como o homem de criação perfeito, sendo recebido até mesmo pelo ídolo Raí na apresentação, ano passado. O jogador, porém, nunca foi um meia clássico, e poucos pareceram perceber isso.

Atuando durante muitos anos na Ucrânia, Jadson usou e desempenhava a função do típico camisa 8, aquele que é responsável por fazer a ligação da defesa para o ataque com muita qualidade, melhorar o passe do meio de campo. Quem acompanha os jogos do São Paulo percebe que esse papel é responsável por Maicon, alvo de muitas críticas pela limitação técnica. Com a chegada de Ganso, Jadson será deslocado para a sua posição de origem, formando assim um losango de bastante qualidade ao lado do novo reforço e dos volantes Denílson e Wellington.

Pita já desejou sorte para Ganso no São Paulo
(Foto: Agência Estado)
Muitos espelham-se na passagem de Pita, que também deixou o Santos para defender o São Paulo durante a década de 80, para sonharem alto com a chegada de Ganso no Morumbi. Como todo apaixonado pelo bom futebol, também espero que o casamento dê certo. A vontade do jogador, como declarou no site oficial do Tricolor o diretor de futebol Adalberto Baptista, foi de extrema importância para selar o negócio entre ambas as partes.

Não pretendo nem fazer uma análise sobre como se estendeu a transferência até o seu desfecho positivo, pois essa novela realmente deu o que falar e foi bastante cansativa para todas as partes envolvidas; além do mais, o Jornalismo FC tratou de informar todos os capítulos, só acessar o portal e conferir todos os detalhes, incluindo matérias minhas.

Mas, assim como o técnico Muricy Ramalho disse ao Diário Lance, “quando entra um time do nível como o São Paulo na negociação, é complicado de segurar (o jogador), porque eu estive lá, sei como é. No meu tempo lá, tinha três ou quatro clubes que queriam o jogador e ele vinha para o São Paulo, porque sabe que é um clube sério, e é difícil não aceitar”. Aliada a vontade de Ganso, o profissionalismo e insistência tricolores também têm que ser enaltecidos.

Vida nova, casa nova, momento novo e, para o bem do futebol brasileiro, por que não um novo Ganso. Finalmente um clube grandioso como o São Paulo tem um meia igualmente importante.

Ganso tem tudo para ter um novo começo na carreira
(Foto:  Rubens Chiri / saopaulofc.net)

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